A ciência por muito tempo tem provocado uma grande ferida na alma do ser humano. Uma ferida que está mostrando seus resultados constantemente, em uma sociedade violenta, sem valores, sem respeito e dignidade, posso até parecer pessimista, mas depois de algumas reflexões pude perceber que no homem nada se salva, tudo esta podre, tudo é decadente.
O que era uma coisa boa no mundo, transformou-se em pura relação de troca, a relação com Deus hoje não passa de um contrato, onde Deus é obrigado a atender aos pedidos dos homens por causa de sua boa conduta. Deus está preso, e a relação entre o homem e Deus e feita por intermédio carcereiro mais conhecido por “Líder religioso”.
Vivemos em um mundo dominado por seres humanos exatamente iguais na sua essência, mas por pequenas diferenças como a pele, os olhos, o cabelo e o gênero é o suficiente para a separação e o surgimento de grupos superiores e inferiores.
O etnocentrismo da ciência se impôs a forma que as religiões viam o mundo, porém, a mesma ciência, não dá, por sua própria natureza, conta de responder todas as questões, que antes eram entendidas pelo ser religioso, e agora o homem se vê perdido em um mundo onde ninguém sabe o motivo de sua existência. Assim a única saída é correr atrás de um futuro utópico, onde o acumulo de riquezas é a única forma de alcançar a felicidade, tornando o outro apenas um obstáculo a ser ultrapassado.
Quem sou eu? O que realmente eu quero? Acredito que nos últimos anos essas perguntas não tem sido feita por muitas pessoas, pelo contrario, as pessoas se acostumaram a receber respostas prontas, por alguns escritores famosos da internet, porém, existe uma certeza, que logo o vazio vai se instalar nos corações dessas pessoas que não tem o conhecimento de si mesma, e o estrago vai ser cada vez maior.
Assim chego a conclusão de que a única forma de nos tornamos pessoas melhores é entender o que realmente somos? Sem interferências religiosas, ou idealizações que queremos ser, mas apenas quem realmente somos?
Só conhecendo as nossas falhas, podemos corrigi-las, porém, não devemos fazer o BEM com medo de uma intervenção divina, mas devemos fazer o BEM porque é o certo a fazer!
E o que o bem? No geral o certo e o errado variam de sociedade para sociedade, porém existe um bem supremo que é a preservação da natureza, não esquecendo que o homem é também natureza.
Devemos lutar contra toda violência independente de quem sofra, devemos lutar contra a violência a mulher, homem, animal, meio ambiente, negro, branco e toda e qual quer forma de vida. Devemos respeitar a diferença, étnica, cultural, gênero e religiosa.
Interessante é que de todos esses conflitos, o mais camuflado é a intolerância religiosa, prova disso foi o tabu imposto à religião como um assunto que não se discute, porém, depois de todo esse tempo, sem um dialogo entre as religiões, provocou e tem provocado milhares de mortes, respeitar a diferença religiosa não é acreditar no que o outro acredita, mas é simplesmente entender que o outro vê o mundo de outra forma.
E é aqui que entra a ciência da religião, fazendo parte dessa nova forma de fazer ciência, entendendo que ciência é só mais uma forma de ver a realidade, e que os outros conhecimentos como o saber empírico, o religioso e o artístico são tão importantes e validos como a ciência. Ser cientista da religião é tentar abraçar todas as formas de diversidades, sem uma imposição da verdade cientifica, mas tentando entender todas as formas de se ver o mundo.
A ciência da religião busca um entender para respeitar. E respeitar a diferença do outro é o único caminho para a paz.